sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Amigo Secreto

Quem foi o capeta que inventou esse charada-do-inferno?

Para mim parece claro o que o criador tinha em mente: queria comprar algo para si, mas não tinha justificativa para o gasto. Inventou esse jogo de merda, aonde cada um tem "uma desculpa" para gastar o dinheiro, e que, no final, todos ficariam felizes.

Quem já participou de um amigo secreto sabe que nem todos ficam felizes - às vezes ninguém fica feliz.

A chance de você receber um presente que realmente gosta é pequena. E pior: se você gastasse o dinheiro como quisesse, provavelmente sairia mais feliz.

Então, eu digo para que acabemos com essa piada-de-mau-gosto e comecemos a gastar o dinheiro para nós mesmos - usando o termo "despedida de fim de ano" para carregar aqueles que nunca vão para o bar conosco, pelo menos uma vez no ano (ou levar a gostosinha para tentar embebedá-la e pegá-la mais fácil).

domingo, 24 de dezembro de 2006

Entrevista do Tim Maia no Jô Soares 11:30h

Vale à pena ver.

Parte 1:


Parte 2:


Parte 3:

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Família Aléchis Brasileiro - Uma introdução...

Departamento: Ciência da Perfeição
Código da Matéria: ALXOOOO1
Créditos: 4

Professor: Prof. Dr. Ricardo Ramos Sukys

Sinópse: A matéria Aléchis Brasileiro I - Uma Introdução pretende introduzir qualquer zé-mané ou admirador ao seleto grupo de pessoas distintas representado pela Comunidade Aléchis Brasileiro (com algumas restições, pois alguns que entraram lá são esculaco)

Método: Discussão de textos, músicas, vídeos, filmes, games, qualquer coisa que esteja no limite positivo da sociedade ocidental. O máximo do bom-gosto, estilo, charme, classe e glamour.

Programa:

Aula 1: Introdução à comunidade Aléchis Brasileiro - história superficial recente do grupo, desde 2002 para cá.

Aula 2: História pré-comunidade - histórias memoráveis pré-2002 do protótipo da comunidade.

Aula 3: Quem é Aléchis Brasileiro - discussão sobre a pessoa, com ênfase na questão "ele pode ser realmente do grupo?"

Aula 4: Discussão de filmes.

Aula 5: Discussão de músicas - foco em Tim Maia, Jorge Ben e Oswaldo Montenegro.

Aula 6: Discussão de vídeos e imagens da internet.

Aula 7: O conceito de delay, sua importância nas propostas de músicas, filmes, e principalmente vídeos e imagens da internet.

Aula 8: Membros antigos: quem passou e não voltou, suas histórias e seus erros.

Aula 9: Membros novos: como entrar, quem entrou e as espectativas.

Aula 10: Vanguarda Aléchis Brasileiro: questões contemporâneas e discussão sobre o futuro.


Bibliografia Obrigatória:

SUKYS, Ricardo Ramos (organizador) - Comunidade Aléchis Brasileiro, In www.orkut.com

SANTOS, Tamara Siviero dos (organizadora) - Comunidade Pingüins de Porta em Porta, In www.orkut.com

SÃO LUÍS, Colégio - Anuário do Colégio São Luís (só as fotos)

Videografia Obrigatória:

BROTHER, Gil - "Drops Away News - o Away de Petrópolis" (todos os episódios). In Hermes & Renato, MTV, 2005.

SHAKE, Master, BATATÃO & ALMÔNDEGA - "Aqua Teen, o Esquadrão Força Total". In Adult Swin, Cartoon Network, 2005/06. Episódios: PDA, Replicantes Ruins, O Espírito do Natal Passado, Revanche da Floresta, A vingança dos Lunáticos e Noiva pelo Correio.

BOÇA, Luís - "Sinhá Boça" (todos os capítulos). In Hermes & Renato, MTV, 2006.

__________ - Todos os quadros de programa. In Hermes & Renato, MTV, 2005.

SANTOS, Sílvio - "E o Bambu?!". In www.youtube.com

MUSSUM & MACALÉ, Tião: "Mussum tenta armar uma pindureta"

Discografia Obrigatória

MONTENEGRO, Oswaldo - "Millenium"

MAIA, Tim - "O Melhor de Dois"

________ - "Racional, Volume 1"

________ - "Racional, Volume 2"

BEN, Jorge - "Negro é Lindo"

_________- "Acústico MTV"

_________- "Força Bruta"

_________ - "Crioula"

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Diário da Viagem a Europa - pág. 1

Para quem não sabe, o Diogão foi para a Europa. Como ele provavelmente não postará por um bom tempo, eu mesmo irei escrever seu diário de viagem.

Não se iludam; eu não tenho idéia do que o Diogo está fazendo lá, só estou inventando.

Diário de Viagem

Paris, 18 de dezembro de 2006

Finalmente cheguei à Europa. Infelizmente, meu vôo atrasou 3 dias - esse problema no espaço aéreo brasileiro realmente é verdade (pensei que era fruto do jornalismo sensacionalista).

Pelo menos o vôo, em si, foi bom. Pude comer um daqueles nhoczinhos que eles servem no avião, e estava muito bom. Tomei também uma Coca-Light, e preferi azeitona à amendoins, pois estou querendo entrar no estilo mediterrâneo de vida.

Chegando em Paris fui recebido por uma antida amiga, Patrícia Cayres. Ela está morando na França, mas não soube me explicar o que fazia além de gastar o dinheiro de seu pai. Acredito que é justamente esse curso que faz no Collège de France. Ou provavelmente alguma coisa relacionada a cinema; lembro de que ela gostava disso quando estava no colégio.

Ela nos levou para jantar num restaurante francês, que na França é chamado só de "restaurante". Queria pedir uma pizza, uma massa, ou algo com muito azeite e gordura (lembrem do estilo mediterrâneo). Não tinha, e eu comi qualquer coisinha lá que não tinha muito gosto, além de ter uma textura exótica. E ser pouco.

Depois, fomos conhecer a cidade. Meu amigo Stefano quis ver as ruínas da Comuna de Paris, por ser comunista. Fomos ao museu do Louvre e apreciamos algumas belas peças. Após tirarmos algumas fotos, Paty disse que iria nos levar a uma balada "di-vi-na".

Nos levou, mas ficamos na porta, pois 50 euros é demais para gente. Ela entrou, e acabamos indo para o albergue, aonde durmiríamos. E é aqui que estou agora, escrevendo.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Las Meninas en lo Cosplay - Outra Obra Prima



Com todo o respeito a Diego Velazquez, mas nos da pos-modernidade tambem temos nossos genios. Veja por exemplo essa foto, que caracteriza a perfeição em figurinismo e cenario. Os capacetes e botas desproporcionais inauguram um novo estudo sobre a perspectiva. Percebamos que na pintura do renascimento, por exemplo, a impressao de perspectiva era dada ou pelas cores ou por uma geometrização feita em torno de um ponto central. Aqui, nesse caso, o fotografo e figurinista busca as chamadas formas significativas em vez de um realismo sem-graça, e as pessoas atrás ficam desfocadas para sugerir um anonimato urbano em meio as formas mais puras do ridiculo-fantastico.

Reparemos nas inversoes. O megaman tem a parte de trás da cintura colocada na frente, sem que fosse necessario qualquer montagem.
O sorriso do megaman e mais misterioso que o da Mona Lisa. Simplesmente nao podemos dizer ao certo em que ela esta pensando, o melhor palpite é: em nada. O cerebro dela deveria lembrar um terreno baldio naquele momento. Gostaria de saber que estrago faria uma expressao dessas numa mesa de poquer.

*Antes que alguem venha dizer que nao sao meninas, ja vou dizendo que e, e isso nao se discute.

Ia proseguir, mas bateu-me uma moleza danada.

domingo, 10 de dezembro de 2006

X-Salada Bacon


Pronto. Já coloquei a foto infeliz.

Agora você pensa na legenda infame. Algo como "hummmm", "deliça!", "nhoc!", qualquer coisa.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Trapalhões: Mussum tenta armar uma "pindureta".



Provavelmente todo mundo que lê esse blog já deve ter visto isso.

Mas é uma scat genial, e eu tive que colocá-la aqui.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

A Apatia das Massas

Olha, longe de mim fazer polêmica...
Aliás já disse alguém: (um laranja que criei para se responsabilizar pela piada ruim) deixemos a polêmica para as abelhas.
Mas estava falando com meus amigos, muitos deles integrantes desse blog maravilhoso, quer dizer, estava descontraídamente expondo a eles que certos alimentos deveriam receber de alguma forma ingredientes malignos. Explico-me:

Uma pesquisa nada científica (eu sou o inimigo número um das coisas científicas) feita por mim revela que 80% das pessoas que comem macarrão instantâneo ou pizza barata ficam totalmente sem ação, ficam moles, apáticos, sem vontade de fazer nada nessa vida de deus.

Ora, esse projeto de mundo que vivemos todos os dias sem questionar está realmente emplacando. Para mim, botam alguma coisa no macarrão instantâneo e na pizza barata. Pode ser glúten, eu não sei. Já disse que isso aqui não é científico. Vai ver não é nada tão maligno assim, simplesmente botam um aditivo que barateia o produto e pronto. Mas as consequências são desastrosas. Imaginem milhões de seres humanos apaziguados, apáticos. Eu estou fora. Não como mais macarrão instantâneo nem pizza barata.

Então eu poderia dizer que de agora em diante iria comer macarrão que demora para cozinhar e pizza com um alto grau de markup.

A verdade é que queria ver se comprava numa dessas feiras no Anhembi uma Vó mineira mesmo, de primeira, para fazer umas comidas boas. Essa apazigua tanto agente que precisamos ficar dormindo umas quatro horas para a comida assentar bem no estômago.

O problema também é que o apaziguamento de hoje eu acho que deve ser para agente trabalhar mais, e o que é bom mesmo é trabalhar menos, ainda que seja necessário trabalhar. É meio caminho para a felicidade.

Se todo mundo combinasse de trabalhar menos horas, mas todo mundo junto, não iam nem sentir a diferença, provavelmente um lucro ou outro ia diminuir só. O Bertrand Russel disse já alguma coisa nesse sentido.

quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Comida chinesa

Dentro do biscoito da sorte encontrei a frase:

Suas mãos devem estar mais ocupadas que sua língua.

Não sabia que davam esse tipo de conselho.

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Cores

Essa discussão é velha. Lembro de ter conversado isso com o João no primeiro ano, e ele também já tinha pensado isso.

A teoria conspira na incapacidade de saber se as cores são as mesmas para as mesmas pessoas.

É simples: ninguém pode ver pelo olho da outra pessoas. E como o nome das cores é socialmente definido, na impede de que o mundo tenha configurações diferentes para as diferentes pessoas.

As cores não são cores, são palavras. Imagine a "cor" A - ela pode ser vermelho no meu olho e azul no seu olho, mas se todas as pessoas forem ensinadas que o nome dela é "A", todo mundo vai entender, e não haverá conflito.

De outra forma: meu vermelho pode ser diferente do seu vermelho, porque cada pessoa é diferente uma da outra. Mas nunca saberemos, porque existe uma cor com esse nome (que pode ser diferente para as pessoas - e esse é o ponto) que as duas pessoas classificam como vermelho.

E aí não só para as cores - cheiros, sabores, sensações do tato. Como os nomes são convencionados, não há conflito, e nem mesmo comparação. E não pode haver.

Isso poderia levar a uma nova concepção de gosto - complicado e não desenvolvido (mesmo porque o que posto aqui é bem improvável).

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

VELAZQUEZ, Diego - Las Meninas


Essa obra é uma das obras mais interessantes que eu pude ver no meu curso de Históra da Arte da faculdade.

À primeira vista ela é "descolada" - mas na verdade é genial.

Antes: Velazquez é um dos maiores pintores espanhóis da toda a história. É, talvez, o maior expoente do Barroco (espanhol com certeza). Era pintor exclusivo de Filipe IV - o Grande. A época também é importante: governos absolutistas + contra-reforma em um país católico.

Mas o Barroco não é só religioso - é também a arte que começa a apresentar cenas mundanas, contidianas. Contidiano, mas a serviço, sempre, das elites dominantesº.

A genialidade do quadro é perceber como ele está sendo pintado - a referência espacial. E como você se coloca diante a ele.

Ah, o quadro representa uma garota da corte sendo "afeitada" pelas amas.

Como disse, à primeira vista ele é descolado: "oras, Velázquez colocou um espelho, e está pintando o que vê". Alguns aspéctos formais bem claros¹: o acentuado contraste entre claro-escuro para dirigir o olhar do espectador e a linha que separa a parte de baixo da figura (aonde se encontram a maioria das representações humanas) e a parte de cima (formados por quadros, o que seja) [essa "linha" está entre a porta e os quadros].

Porém um quadro chama a atenção. À esquerda da porta (em referência ao espectador) vemos um quadro mais claro. Como já dito, no Barroco, o que está "claro" é o que se deve ver. Ele não é só importante por estar claro; a representação saindo pela porta (ou entrando) parece apontar para o quadro.

Nesse quadro está a figura do rei Filipe IV e sua esposa.

Agora o que intriga: aquilo pode não ser um quadro, mas sim um espelho. [Naquele momento acabara de ser inventado o espelho plano, e pela primeira vez as pessoas podiam se ver sem deformações.] Pode ser um espelho porque nós não sabemos o que está sendo pintado na tela representada (aquele com a paleta na mão é o próprio²) - Velazquez pode "estar fazendo" um retrato do rei, e a tela reflete esse momento de criação. Ou não - ele está olhando para um espelho, e a tela que pinta dentro da tela é o que vemos na arte final, e o quadro é quadro.

A intriga é a parte genial, pois a dúvida está justamente no local onde estamos nós, observadores. Ou seja, "a dúvida somos nozes³". E a tela se interpreta pelo ponto de vista que você quer ter: você pode ser o rei, ou pode ser o espelho. Ou você é o poder, ou você só é reflexo desse poder (dessa sociedade). Ou você age, ou o que tem a fazer é observar*. Essa era a sociedade absolutista em que Velazquez vivia.

Bravo.


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º essa questão pode ser amplamente discutida - e eu mesmo não acredito em uma pejorativa tão dura - mas uma coisa é certa: a arte (e principalmente naquele momento; não que hoje não ocorra) reflete os valores da classe dominante.

¹ existem alguns outros aspéctos formais que não são tão claros - se tivéssemos um close da obra veríamos que Velázquez não pinta com o que vulgarmente chamamos de "contorno" - ele faz pinceladas rápidas, e o contraste entre as cores é o que delineia a forma das representações (ao contrário do Renascentismo).

² ele não andava com aquelas roupas normalemente, nem às usava para pintar. Aquela roupa é sua vestimenta de Cavaleiro do Rei** (é isso que a cruz vermelha significa).

³ erro proposital - ver "Árvezes semos nozes"

* frase da segunda edição - originalmente "Ou você age, ou você observa". Não existe prerrogativa revolucionária, ou de qualquer tipo de ação, na obra.

** nota: a vestimenta também é importante [mas coloco sua importância aqui, pois não pode ser compreendida sem a leitura total do texto - e eu não sei em que ordem vocês lerão as notas]. Velazquez não usava aquelas roupas normalmente, nem durante seu ofício. Ele poderia ter se vestido especialmente para esta ocasião (e assim se retrata diante um espelho - e você é o espelho) ou a usava por esta na presença do rei (e era de se esperar que usasse em momentos importantes - e com o rei todos os momentos são importantes - e você é o rei). Mas uma coisa é certa: ele está apresentando sua posição em sua sociedade.

[indispensável notar que não há charada - há interpretação]

domingo, 19 de novembro de 2006

Paixão (em três linhas)

Hoje à noite sonhei com ela.

Ela era só minha.

E só lembrar me faz ter sono.

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Com todo o respeito

Tá certo, eu paro de passar a mão em você.

Logo após você sair de cima dela.

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Na Mesma Linha

Declaração prática de amor

Veja, o amor de nós dois custa pouco. Está aí a justificativa econômica. Agora façamos como fazem hoje em dia depois de ouvirem a justificativa econômica: não perguntemos mais nada.

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

coincidência ?!

... é a música que começou a tocar na rádio combinar exatamente com o momento.

domingo, 12 de novembro de 2006

Fragmento do dia primeiro de novembro

Lembro que estava um pouco atrasado, mas podia parar pra beber alguma coisa no caminho. Cheguei ao balcão (de um lugar sem nome) e pedi qualquer coisa que tivesse cafeína. Só quando a bebida foi colocada na minha frente olhei direito para a moça que me atendia. Era muito bonita. Só isso?, ela perguntou, é, dois reais. Dei cuidadosamente as moedas e nossas mãos se encostaram um pouco. Era muito bonita, mas acho que não lembro mais do rosto dela, lamentavelmente. Nunca mais a verei, é provável. Ela não me esqueceu - não chegou a reparar em mim.

Queria que ela tivesse olhado para mim surpresa, perguntando você não é aquele que escreve pro Chinoca do Aceguá?, sou eu mesmo, e aí começaríamos a conversar. Eu deixaria minhas tarefas atrasadas para outra hora e ela ficaria ali comigo até alguém chegar e pedir para ser atendido.

Mas saí de lá logo em seguida. E agora resta pouquíssimo: uma imagem meio vaga de sua face, sua voz nas quatro palavras que me falou e a sensação banal e sem importância das nossas mãos quase juntas, enquanto trocava moedas pela bebida que me deixaria acordado, inevitavelmente pensando nela.

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Epifanias: versos

Lembrei hoje, sem motivo, como uma epifania:

"O Tejo é o rio mais belo que corre pela minha aldeia
Mas o Tejo não é o Rio mais belo que corre pela minha

[aldeia".

Postem seus versos. Como lembrarem. Mas sem querer lembrar.

terça-feira, 7 de novembro de 2006

pós-modernidade à brasileira (deve ter continuações)

Uma madame com veias esquerdistas cruza a Oscar Freire com nojo das outras madames que nem sequer estão preocupadas com a desidratação das mãos dos pedintes.
Diz ela, salutar, que os pobres tem o seu próprio jeito de ser, e que é errado dizermos que eles são ignorantes, por falarem "crássicos" em vez de clássicos. O que importa é que tenham acesso a alguns livros úteis, desses best sellers de grandes empreendedores ou reader's digest. Ler é sempre bom. Mas que castigo também dar a eles os clássicos logo de início!

"Eles, continua sua inferência, são maravilhosos. Têm uma simplicidade na hora de ver as coisas, que eu, quando vou a minha manicure fico impressionada com os conselhos que a Neide me dá. E é uma filharada bonita de se ver.

É tão bonito o jeito de eles levarem a vida, tão rústico. Sempre que posso compro roupas das confecções produzidas em favelas, esse kitsch deles me fascina."

A madame diz não ter preconceitos de nenhuma ordem, mas sentencia: "Eles têm o estilo de vida deles, que eu admiro muito. Mas eu sou fraca, acho que não conseguiria viver a vida que eles levam não. Eles são muito fofos."

domingo, 5 de novembro de 2006

Ajustem seus relógios para o horário de verão.

Agora são 15:21.

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Porcos-Cofre

Ganhei um porco, desses que servem de cofre, um dia desses. Mas não daqueles alegóricos, que têm uma tampa, que permitem a retirada do dinheiro; um de verdade, daqueles que só quebrando se tem o dinheiro.

Mas eu não sei quem foi a anta que inventou uma coisa dessas. Porque, se você joga o dinheiro dentro do porco, perde o dinheiro. A não ser que quebre o porco, mas aí perde-se o porco. De nenhuma forma se economiza.

A única forma de economizar, numa situação como essas, é não comprar o porco.

terça-feira, 24 de outubro de 2006

No meio de uma semana qualquer

Eu estava no ônibus. Um cara conversava lá na frente, falava alto. Aos poucos aquilo virou um discurso para todo mundo (antes ninguém escutava com quem ele conversava mesmo). As pessoas silenciaram aos poucos para ouvi-lo. Começou a falar com convicção sobre um monte de coisas religiosas e do espírito. Estranhei algumas passagens, mas não vou dizer que estavam erradas porque eu mesmo nunca li a bíblia.

Em certo ponto ele começou a dizer que às vezes uma mulher nasce em um corpo de homem. Falou que advogados podem nascer em corpos de médicos. Antes que ele pudesse dar mais um exemplo do tipo, o cobrador, que antes dissera "eu não entendo nada dessas coisas, não", exclamou, pouco antes de eu descer em frente ao prédio da Gazeta:
- E eu fui nascer justo cobrador!

Não foi a situação como piada [porque se fosse, teria sido previsível], mas o sorriso do cobrador que me desprendeu um pouco daquela sensação de cansaço e desânimo.

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Trazer Um Chimpanzé com Você

Sou um apaixonado por chimpanzés e outros primatas. Se fosse permitido por lei, botava um num terno ou paletó marrom e levava pra todo lado comigo, para ser meu parceiro mesmo. Impossível não fazer amizades interessantes assim.

E Eles definitivamente ficam mto mais elegantes que nós usando roupas formais. Nós ficamos estranhos. Humanos ficam bem apenas de camisa florida, bermuda bege e sapatos dockside.

sábado, 21 de outubro de 2006

Trecho de texto de um poeta ruim, que tenta fazer do seu fracasso um charme.

[...]
As traças já sentem falta dos meus textos
[...]

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

A Nova Gíria: Tá Sendo

Venha ao nosso blog e sugue um pouco do que está na fronteira do pensamento da juventude.

Por exemplo, há uns meses começamos a usar a expressão "Tá Sendo". Se você não usa, trate de ficar Up-to-Date.

Para entender o significado essencial desta expressão, vamos recorrer a alguém com verdadeira autoridade para explicar. O Ator que interpretava o Cabeção, de malhação, é de fama e competência inquestionável. Eu poderia ter pesquisado o nome de batismo dele, mas é que não precisa. Numa de suas famosas entrevistas conhecida por todos, ele, que estava participando de uma festa e estava "Muito loco" (outra gíria que, apesar da contenda em torno disso, sua fama se deve a minha pessoa) delimita a respeito da festa: "Foi, vai ser, Tá sendo". Deviam traduzir para o latim e colocar numa placa na fontana di trevi.


Reparem que Cabeção usa uma gradação defeituosa que é sublime. Foi, vai ser, tá sendo em vez de foi, é, vai ser. Ele não fez isso sem querer, foi deliberado de sua cabeçona. A gradação defeituosa é quase dialética, daí a beleza do trecho.

tese, antítese, síntese. Poeticamente a síntese do passado e do futuro é o presente. Assim cabeção afirma o ser pelo não ser, já que o presente e o passado não existem e só existe o hoje.

Se você é um partidário do hoje, comece a usar "Tá Sendo". Por exemplo, se estamos num jogo de futebol e ele já começou, dizemos que o jogo "tá sendo" (não se preocupe com a concordância verbal). Se algo "Tá Sendo" quer dizer não só que aquilo está acontecendo no presente, mas que ele está mais que acontecendo, que depois que acontecer terá sido, e antes de acontecer irá ser. Em outras palavras e resumidamente, aquilo que acontece é tão memorável e vale tanto a pena falar desse evento, que falamos dele antes, durante e depois de ele acontecer.

E de que evento vale a pena falar? De todos, se você é um partidário do Hoje.

Descobri que explicar gírias é contaminar-se da linguagem hegeliana.
Marx, que a dominava bem, devia ser um exímio criador e explicador de gírias. Não é a toa que séculos depois ainda se fala, acertadamente, em Mais-Valia.

domingo, 15 de outubro de 2006

Conversa entre gerações.

- Ok Vó. Se a senhora ficou tanto tempo separada do Vô por ter desmanchado com ele, e já estava até noiva de um outro rapaz, como que você casou com o vô e não com esse outro no final?
- Eu não casei com o outro porque ele tinha sido preso. E um outro dia, o tio da sua mãe veio me avisar no trabalho que o seu avô tinha machucado o dedo. Eu fiquei preocupada, liguei para ele, e aí voltamos a namorar.
- Como assim foi preso, vó?
- Ah, foi preso, não ouvi mais nenhuma notícia depois. Nem fui procurá-lo porque eu não ia continuar a namorar com alguém que estava preso. Mas acho que era inocente e os amigos é que tinham culpa.
- ah. (risos). O Vô queria voltara a falar com você e então mandou espalhar que tinha machucado o dedo para você ficar preocupada!
- Eu acho que foi isso sim, ele que mandou o irmão dele no meu trabalho. (risos)
- Nãaao, Nãaao imagine se eu ia mandar meu irmão lá! (Interrompia o avô inquieto querendo desmentir). Foi ele que quis ir lá para contar, por mim ela nem ficava sabendo.
- Ah, Vô, quem o senhor quer enganar? Está na cara isso. Há dois anos não a via, porque, burro, foi dizer que não estava pronto para casar e acabou sendo abandonado pela mulher que amava. Aí, lógico, ficou se lamentando porque viu que todos os seus amigos já estavam casando, e consequentemente parando de ir aos bailes que gostavam de ir. Não dava pra fazer outras amizades, ou iria demorar muito tempo. Como qualquer homem sensato pensou: Ah, agora vou casar também. Só faltava a oportunidade de retomar o contato com a vó. O corte no dedo veio como uma benção. Era só uma questão de que a notícia se propagasse.
- Ah! Foi nada! Por mim eu ainda estava indo nesses bailes, teria só juntado os trapos. (a avó o olha com olhar de reprovação, e ele fica sem graça)

O neto riu. Viu os dois e percebeu que entendia de algo absolutamente atemporal. Foi igual a todas as risadas que dera na vida

sábado, 14 de outubro de 2006

Etimologia

Chinoca:
Datação
1899 cf. CF1

Acepções
substantivo feminino
Regionalismo: Rio Grande do Sul.
1 china ('índia', 'cabocla') moça ou menina; caboclinha, chininha
2 china ('prostituta') jovem; chininha, piguancha

Aceguá:
município do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Pertence à mesorregião do Sudoeste Rio-grandense e à microrregião da Campanha Meridional.
Fundação 16 de abril de 1996

Área 1.549,522 km²
População 4.188 hab. est. 2006
Densidade 2,7 hab./km²