terça-feira, 17 de abril de 2007

trabalhar = calar a boca e fazer.

domingo, 15 de abril de 2007

Sem Preconceitos

Eu desconfio de todas as pessoas que dizem não ter preconceitos. Por vezes ouço, em conversas nos corredores, alguém se vangloriando porque vai em festas GLS e por isso é muito liberal. Sinto uns choques no corpo quando, num determinado círculo social distinto, vejo pessoas dizerem que não tem problema algum com moradores da favela. A mim parece razoável que quando perguntarem se eu tenho ou não preconceitos, eu provavelmente vá responder: "não que eu me lembre, ou melhor, nenhum explícito neste momento".
Não é que eu seja cautelosamente fascista, sou até para padrões brasileiros, um progressista. Tento apenas manter a minha honestidade intelectual, por assim dizer. Corre por aí uma definição besta, de que preconceito é um pré-conceito. Não tem nada a ver. Se tenho um pré-conceito, assim que conseguir conceituar aquele objeto, através de minhas apreensões da realidade, substituo-o pelo "pós-conceito". No entanto não é assim que acontece, os preconceitos tendem a continuar mesmo depois de eu ver um baiano que não é preguiçoso, um homosexual que não é afeminado.
A rigidez dessas noções são reforçadas por estereótipos de várias ordens que se espalham por toda a sociedade, e logo, não há uma pessoa que não raciocine por meio de estereótipos, do contrário nossa velocidade de cognição seria equivalente a de processamento de um 486. Portanto, ninguém está isento de ter preconceitos, repito, ninguém está.

Agora o amigo aqui vai lendo e protesta: "eu tenho certeza que não tenho!". Ora, é melhor você pensar um pouco mais. Se está livre de preconceitos raciais, é já um grande passo, mas e quanto a preconceitos contra pessoas religiosas, crentes, ou quanto a pessoas de visão política conservadora, ou quanto aos amantes do pagode?

Há um espectro imenso de possibilidades de preconceito. Mais do que sua generosidade voluntariosa pode imaginar, mais do que seu progressismo de botequim conseguiria avaliar. Conseguir se livrar daqueles preconceitos mais tradicionais não significará sempre ter uma mente mais aberta que um senhor de escravos, seguramente. A lucidez de pensamento não aparece em nenhuma constituição, não é pedida em nenhuma lei, nenhum código, porém só ela poderá fazer uma sociedade mais aberta, visível e livre.

Dizer: "eu não tenho preconceitos" é uma forma de alienar-se, e assim alienado, envenenar as possibilidades infinitas de elevação da humanidade.

A razão pela qual as pessoas em dado momento, desejam se entregar a esses chavões, é porque perderam o gosto, perderam o gosto de ser livres e se sentir questionadas, instigadas a cada segundo por qualquer coisa que surja à frente, pela benção inestimável que é a dúvida e a crítica.

domingo, 8 de abril de 2007

(Carpe) Diem

Ontem, voltando para casa de manhã, pensei nisso.

Pensei como as pessoas interpretam mal essa expressão, ou como ela foi criada erroneamente.

Quando se pensa em carpe diem se pensa em aproveitar cada momento como se fosse o último, na busca de "- dor + prazer". Acredita-se que deve se aproveitar cada dia pois ele pode ser o último. É muito da história que o Diogo contou que a Andressa Campeão gostaria de ter "menos vergonha na cara".

Eu não entendo assim, aliás nem o Diogo, a quem empresto a pena em alguns trechos do post. Entendo que deve-se aproveitar o maior números de dias, de uma forma que seja agradável. De nada vale um dia de muitos prazeres se o próximo dia é de dor; de nada vale uma juventude de prazeres se você tem uma maturidade e um velhice prejudicada.

Carpe Diem é uma expressão que está ligada em primeiro lugar ao equilíbrio, depois ao chamado idílio, que em poesia, é como se fosse uma imagem que remete a um cenário pastoril, bucólico e extremamente carregado de lirismo.

Dá para perceber que isso não tem nada a ver com ir numa rave, ou se embriagar e ter uma overdose, não necessariamente nessa ordem. O Carpe Diem talvez esteja mais ligado ao conceito de qualidade de vida.

Parece-me uma coisa de vigarista, usar um termo latino que inspira sabedoria para justificar o oposto, digamos assim.

A verdade é que a vida continua, e pode acreditar que, mesmo que você morra de prazer, pode ter certeza que será o pior jeito possível de se aproveitar o dia.

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Ontem

Hoje, o ontem já aconteceu.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Hoje, um dia qualquer

A idéia do suicídio estampou-se no meu pensamento.

terça-feira, 3 de abril de 2007

Hoje, 3 de abril

Hoje pensei em me matar...

domingo, 1 de abril de 2007

Hoje

Hoje pensei em me matar...

Mentira.