domingo, 15 de outubro de 2006

Conversa entre gerações.

- Ok Vó. Se a senhora ficou tanto tempo separada do Vô por ter desmanchado com ele, e já estava até noiva de um outro rapaz, como que você casou com o vô e não com esse outro no final?
- Eu não casei com o outro porque ele tinha sido preso. E um outro dia, o tio da sua mãe veio me avisar no trabalho que o seu avô tinha machucado o dedo. Eu fiquei preocupada, liguei para ele, e aí voltamos a namorar.
- Como assim foi preso, vó?
- Ah, foi preso, não ouvi mais nenhuma notícia depois. Nem fui procurá-lo porque eu não ia continuar a namorar com alguém que estava preso. Mas acho que era inocente e os amigos é que tinham culpa.
- ah. (risos). O Vô queria voltara a falar com você e então mandou espalhar que tinha machucado o dedo para você ficar preocupada!
- Eu acho que foi isso sim, ele que mandou o irmão dele no meu trabalho. (risos)
- Nãaao, Nãaao imagine se eu ia mandar meu irmão lá! (Interrompia o avô inquieto querendo desmentir). Foi ele que quis ir lá para contar, por mim ela nem ficava sabendo.
- Ah, Vô, quem o senhor quer enganar? Está na cara isso. Há dois anos não a via, porque, burro, foi dizer que não estava pronto para casar e acabou sendo abandonado pela mulher que amava. Aí, lógico, ficou se lamentando porque viu que todos os seus amigos já estavam casando, e consequentemente parando de ir aos bailes que gostavam de ir. Não dava pra fazer outras amizades, ou iria demorar muito tempo. Como qualquer homem sensato pensou: Ah, agora vou casar também. Só faltava a oportunidade de retomar o contato com a vó. O corte no dedo veio como uma benção. Era só uma questão de que a notícia se propagasse.
- Ah! Foi nada! Por mim eu ainda estava indo nesses bailes, teria só juntado os trapos. (a avó o olha com olhar de reprovação, e ele fica sem graça)

O neto riu. Viu os dois e percebeu que entendia de algo absolutamente atemporal. Foi igual a todas as risadas que dera na vida

Nenhum comentário: