quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Acontecimentos me fizeram pensar muito nas espectativas das pessoas.

Porque, por bem ou por mal, as pessoas vivem fazendo planos, pela simples precaução de evitar o sentimento desconfortável de ser pego de surpresa.

Então elas vão planejando tudo. Tudo. E todo mundo sabe o que acontece com o que se planeja: metade se esquece, outra parte não se usa porque nada ocorreu para que você pudese atuar da maneira que esperava e uma terceira parte, menor, acontece, a curto ou longo prazo, em ocasiões de grande ou de mínima importância.

Mas toda a precausão para evitar o desconforto de não ter uma resposta, vem, no fundo, do fato de que acreditamos que em nossas vidas existem momentos ordinários e momentos especiais.

Momentos ordinários são todos os momentos que não são especiais, aonde se é espontâneo.

Momentos especiais são aqueles momentos-chave para sua vida, aqueles que seriam como bombas-relógios e que, em 5 segundos, teríamos que dar uma resposta exata, senão acabaríamos com nossas vidas. Isso leva ao chavão de que "o tempo cura a tudo"; o tempo não cura nada, o que acontece é que as coisas que você realmente acha que são importantes não o são - principalmente na idade que eu tenho agora.

O que me faz lembrar que, de fato, resultados vêm a longo prazo. A agonia de resolver vem da impaciência de esperar que as coisas aconteçam mais ou menos da forma que acontecem mei ou menos no tempo que devem acontecer.

Então, as espectativas da sua vida são mais ou menos as seguintes:

1- imponderáveis do destino, momentos especiais aonde você vai ter pouco tempo para decidir a sua vida;
2- resolução de pendências, aonde você encontra as incertezas da sua vida e as resolve, sem esperar.

Errado. Você não tem uma consulta marcada com o resto da sua vida, e nunca terá, em sua cabeça, a capacidade de prever o que vai te confrontar durante seu percurso nessa vida. A espera é uma opção como todas as outras, e talvez seja até ousado esperar, já que os resultados aparecerão a longo prazo, mesmo que você tente descobrí-los agora.

2 comentários:

Diogo Bardal disse...

è como estavámos conversando.

A distância entre tomar uma decisão, e concretizar essa decisão é muito grande.

Na verdade, por exemplo, as pessoas tomam a decisão de casar baseadas em razões completamente diferentes das que a fazem casar.

Renato Siviero dos Santos disse...

Claro.

E, se uma decisão não é tão importante, você pode arriscar, também. Porque nada não tem volta.

No final da contas, é só viver como o George Contanza e fazer o oposto do que você faria.